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Pierre Aderne

Publicado por: Paulo Martins em 23/05/2005


Um dos novos nomes da música brasileira. Empresário e empreendedor de sucesso . Responsável por projetos alternativos vitoriosos, como os CD’s de hinos de times de futebol e os CD’s religiosos de Cid Moreira.

Lançou seus dois primeiros álbuns de maneira independente e com distribuição alternativa. O primeiro foi “Romance e Futebol”, de 1996, que ficou restrito aos amigos e conhecidos e o segundo, de 99, “Se a Língua Faz Parte da Boca a Gente Só Se Fala Porque Eu Te Beijo” foi vendido em bancas de jornal.

Em 2002, o terceiro trabalho, intitulado “O Ovo” foi lançado somente na internet. O novo trabalho, “Casa da música” vem com projeto de lançamento alternativo, e respaldado por muita gente boa

Leia na íntegra
 

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Como um francês criado em Brasília veio a descobrir o futebol do Vasco?

Foi amor a primeira vista, ou melhor, a primeira falta que vi ser cobrada, com maestria, por Roberto Dinamite em pleno Maracanâ, quando eu tinha 6 anos de idade.

Foi influência de seu pai, ou foi um processo natural?

Sendo filho de um português filósofo e centroavante (nas horas vagas) do Benfica na Guiné Bissau, não poderia torcer pro Urubu, não é verdade? (risos).

E a música?

"Vital e sua moto" dos Paralamas foi o começo da paixão! Depois de ouvir tranquei a universidade de educação fisica, comprei uma guitarra e virei compositor em 3 dias! (risos)

(risos)

Pois então... Comecei subindo nos palcos de bares em João Pessoa, e um mês depois já tinha uma banda inscrita na feira de musica em Brasília (o Habeas Corpus) no teatro galpão da 508 sul.

Da época do Habeas Corpus (NR - Banda que trazia Pierre, o baterista Mac William, o baixista e compositor Dunga, o guitarrista Mauricio Lavenere, e o saudoso produtor Tom Capone, também nas guitarras) para a atual, o que mudou? Como você avalia o cenário musical, daquela época para cá?

Acho que a gente já começava no palco, a secretaria de cultura do Distrito Federal na época incentivava isso, concerto cabeças, feira de música etc..

Tudo menos burocrático...

Muito menos! Era tudo menos acadêmico, ninguém tinha medo de errar, era usar a música pra deixar um recado, falar de amor, de política, achar que ia mudar o mundo. O mercado era menos opressor,ninguem pensava em seguir tendência, era só “botar a cara pra bater”!

Você já fez trilha para cinema, como "Seja o que Deus quiser" filme de Murilo Salles. Pretende repetir a experiência?

Adorei!!! Achei genial ver a minha musica na telona contando estória, vou adorar fazer música pra cinema de novo.

Depois de "O Ovo", para onde foi o seu olhar, o que passou a te atrair, enquanto compositor?

"O Ovo" me levou pra um caminho onde comecei a perceber onde era o meu lugar. Havia uma certa preguiça de cantar, esticar menos as melodias e encurtar os recados das letras. Falar simples. Lembrei muito de Caymmi e João Gilberto nessa etapa, valorizar o formato mínimo.

Quais as suas primeiras influências?

Quando criança ouvia MPB clássica: Chico Buarque, Nara Leão, Milton, Elis cantando Aldir e João Bosco.

E atualmente, o que você está ouvindo?

Atualmente ouço de Lenine e Vander Lee aos ainda desconhecidos Rodrigo Maranhão, Gabriel Moura, Adriana Maciel e Luis Carlinhos.

Muitos novos talentos estão fora da mídia. Algum expoente, dentre eles?

Sim. O Rodrigo Maranhão é o Chico (Buarque) da minha geração, e o Brasil ainda não o conhece.

Qual a maior dificuldade para os novos talentos que estão chegando?

Acho que na música a dificuldade hoje ja não é a produção. Todo mundo tem um programinha no computador em casa que permite a gravação de album de boa qualidade.

O que poderia ser feito então?

Acho que o que valeria mesmo, seria uma rádio em rede do governo, com filial em cada capital (como é a Jovem Pan) focada na nova MPB. Só dessa forma o brasileiro vai saber que a boa música do Brasil não acabou!!!

Então, o papo de que os novos artistas têm hoje muitas vantagens em relação aos veteranos é lenda?

Não tenho dúvidas de que se o Chico Buarque tivesse começando a carreira hoje, seguramente mudaria de profissão.

Você criou os selos GO Records, Panela Music e atualmente o Santa Música. Todos os três existem simultâneamente?

Atualmente existe apenas a Santa Música. Faço a direção musical, e é o único selo do qual participo.

Você sempre lançou seus trabalhos de forma independente. Foi uma escolha?

Isso aconteceu por necessidade! Acabei não lançando um CD que gravei na Polygram e isso me levou a criar um selo e tentar andar com as minhas próprias pernas!

E as dificuldades?

Por um lado, foi difícil bater o escanteio e cabeçear pra fazer o gol. Por outro lado, é gratificante ser o dono do proprio nariz. Sempre achei muito distantes os processos de criação e os do marketing fonográfico.

Fica difícil equilibrar o antagonismo entre o Pierre empresário e o Pierre artista?

Consigo me distanciar do artista quando é necessário, e isso facilita o trabalho com os profissonais que me ajudam a levar o trabalho pra rua! Artista é muito chato, cheio de manias né!? (risos)

Como foi o projeto dos CD´s com os hinos dos clubes de futebol (NR - Projeto que reunia vários artistas nacionais cantando os hinos de times de futebol, e que foi vendido nas bancas de jornais, como suplemento da revista Placar)?

Um disco movido a paixão! Todos colocaram o coração na ponta da garganta! (risos)

Provavelmente foi um processo quase insano...

Uma babel! Loucura organizar e produzir aquilo! Foi bom, mas não pretendo fazer de novo nunca mais! (risos).Eita trabalhooooooooooooo.

Mas você, na sequência, participou da criação do projeto do CD do Cid Moreira (Cid Moreira lendo a Bíblia)…

O Cid já tinha gravado os Salmos para a venda via TV. Só fizemos (uma equipe da qual eu participava) a formatação de uma coleção, em 24 volumes de CD’s para distribuir em parceria com os principais jornais do país, que faziam o marketing e usavam sua circulação de domingo pra lançar o CD junto ao jornal.

Depois das bancas de jornais e da Internet, como será o lançamento deste novo trabalho?

Será feito através de uma parceria da Santa Musica com a Distribuidora Independente (Trama). Todo o ingresso que for vendido para meus futuros shows irá acompanhado do meu disco "Casa de Praia" , em um preço igual ou inferior ao preço do CD na loja! Essa é a banca da vez!

O que você gostou, e do que não gostou na política cultural do governo atual?

Que politica??? O Grassi (ator) cuidar da música, o Gil (compositor ) cuidar do áudio-visual! ? É genial ! (risos)

Como se dá o seu processo de composição?

Sou muito promíscuo mesmo! Adoro surpresas, mandar uma letra e esperar o canto da sereia.

E como é a relação com seus parceiros atuais?

Atualmente estou apaixonado pelo Dadi (sete parcerias no novo CD) e também com o Rodrigo Maranhão e o Buchecha.Tenho uma parceria longa e intensa com Paulinho Moska e Lula Ribeiro, uma breve e bela com Leoni, Torcuato (Mariano), Dale, Dé Palmeira entre outros.

Passados mais de dez anos do início da Internet no Brasil, o que ela significa para você?

Carta de alforria! Estamos quase livres!

 

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Comentários para este post

ana comentou em 09/12/2006 e diz:

esse cara é 10 ,inteligente audacioso encantador


Luisa comentou em 26/09/2005 e diz:

Bacana esse depoimento do Pierre. Muito sincero no que diz. Escutei as MP3's e adorei o trabalho dele. Vocês estão de parabéns pelo espaço!



 
 

     
     
 
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